Resenha - Guerra Civil versão livro

O que se pode esperar quando uma das mais lendárias tramas das HQs se transforma num luxuoso livro?

Nesse estamos vendo a época dos Supers no cinema, esse ano teremos muita coisa boa na telona. E aproveitando o tempo de super produções vim falar do livro Guerra Civil, adaptação da HQ original criada por Mark Millar e Steve McNiver, da Marvel, relançada ano passado pela editora Novo Século em uma edição especial com arte nova. (Obrigado pela consideração pessoal da NS).

Achei muito melhor essa capa, pois a anterior colocava o Iron Man com um rosto maligno
em oposição à um Capitão America olhada patrioticamente pro nada. (Sim, sou IronTeam)

Como leitor viciado e sem jeito, não poderia deixar de ler também mangás e HQs, porque este é um gênero literário cujo estilo de narrativa trabalha os eventos juntos com os leitor. Aos contrário do que muitos ainda costumam pensar, a leitura de quadrinhos é extremamente prazerosa e estimulante e assim como livros, os quadrinhos também estão servidos de histórias maduras, românticas, eróticas e fantásticas.

Pois bem, peguei o livro e comecei a ler, vi que, contrariando minhas expectativas, não se tratava de alguma edição “volume único” das HQs originais, mas sim, de fato concreto e consumado, de uma adaptação da história original para o universo dos livros. Gente, precisei comprar, sério! Depois de ler o prólogo, a necessidade de acompanhar o desenrolar da história se avolumou dentro de mim e a única coisa que fiz foi afundar ainda mais um pouco o limite do cartão de crédito (já estourado) no caixa.

Mas, vamos aos fatos. Este ano sairá nos cinemas a adaptação cinematográfica de Guerra Civil e, não por acaso, acho que as editoras tem se aproveitado desse up das histórias de super-heróis para lançarem novas sagas ou mesmo dar uma repaginada nas antigas. Foi o caso do livro Guerra Civil. Nessa história, nós temos o time dos Vingadores, colapsado após uma série de eventos que colocaram em xeque a legitimidade do trabalho dos super-heróis. De um lado, temos um grupo que inicia uma perseguição massiva contra os heróis, exigindo seu registro, controle de ações e sujeição a um novo sistema penal projetado para eles. Do outro, temos um grupo que entende tudo isso como uma quebra do direito constitucional à liberdade e que vai lutar até o fim para manter a segurança e liberdade dos super-heróis.

Um incrível trabalho editorial, perfeita apitação do mundo de quadro paredes!

A história não é a mais interessante de todas, pelo menos não no meu ponto de vista. O que me chamou mais a atenção no livro foi o desenrolar das tramas secundárias – estas sim conseguiram atrair muito mais a minha atenção.

Tal qual os trailers do filme Capitão América: Guerra Civil sugerem, nós teremos um embate constante e acalorado entre Capitão América e Homem de Ferro e seus respectivos seguidores. Acho que não será um spoiler gigante demais se eu disser qual o lado de cada um, né?

Então, o Homem de Ferro, como bom empresário que é, vai ser o cabeça por trás da campanha de registro de indivíduos super-humanos enquanto que o Capitão América vai ser o carinha que vai puxar o bonde pró-liberdade. Bom, não vou dizer qual lado vence até porque, tem algum lado vencedor nessa história?

A verdade é que, como disse, a questão da batalha em torno do registro de super-humanos acaba ficando um pouco ofuscada pelas tramas secundárias que surgem ao longo do que seria a guerra civil propriamente dita. E, pelo menos no livro, essas histórias são muitas. Nós temos o Quarteto Fantástico colapsando até sua divisão quase definitiva, temos os X-men (como sempre) fazendo a linha pacifista e fugindo do tiroteio, o Doutor Estranho mostrando a futilidade e a insignificância desta disputa de maneira serena e fodástica, e temos também o Homem-Aranha que, por deus, foi o que teve o plot twist mais interessante que já vi na vida. E até mesmo a disputa entre Steve Rogers e Tony Stark acaba fugindo do tema principal e se pretendo a uma trama paralela bem mais interessante.

Porém, eu ousaria dizer que Guerra Civil implodiu o universo Marvel (pelo menos o livro, já que estou esperando a chegada HQ pelos correios ainda ¬¬'). E não saberia dizer se essa implosão foi bem-vinda. O desenrolar da história do Homem-Aranha, por exemplo, toma proporções e um desfecho deixando o leitor atônito como a colisão de alguns heróis.

Quanto ao livro, essa adaptação foi escrita por Stuart Moore e, tenho que dizer, foi muito bem escrita, realmente. Em todas as páginas do livro é possível ter uma imersão muito bacana na história, o que faz com que a gente se sinta dentro da narrativa. Soma-se a isso o fato de, em quase todos os momentos, você conhecer as personagens, o que faz com que a aproximação com a história seja ainda maior.
Foi exatamente assim que imaginei quando li a descrição da porrada no America. ^^

A riqueza dos detalhes, dos diálogos e das descrições é algo que realmente chama a atenção. Stuart Moore foi realmente cuidadoso com a ambientação das batalhas, dos quartéis-generais, com a construção dos diálogos e isso tornou a leitura do livro algo muito dinâmico e fluído. Você só se dá conta do tempo que passou depois que percebe que o livro está chegando ao fim. E ainda tem as capas, que são uma obra de arte à parte, além das páginas que antecedem cada capítulo. O livro é muito bonito, realmente.

Eu realmente me emocionei, gritei, estarreci e ri em vários momentos de Guerra Civil. Irei tratar de conferir o filme que está em cartaz nos cinemas sabendo que apesar dos efeitos especiais não posso esperar encontrar um embate colossal como nesta versão literária. Esperemos para ver. Mas, quanto ao livro, ainda que os desdobramentos sejam até chocantes para alguns fãs, a leitura vale realmente muito a pena, li e recomendo.

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