Vamos ler (também) gente séria!

Aqui peço desculpas aos meus leitores se o texto parece ofensivo, como de costume já disse: minha intenção nem sempre é agradar.

O que está acontecendo com a literatura? Não limitando literatura mais apenas os livros e escritores, mas à toda a teia de ação, os leitores, as editoras, os críticos, a Academia e tudo mais que a toca.

Temos a literatura paga a milhões num país colapsado, o mito imbecilizante do “está na televisão é porque é bom”, pronto a fabricar "gênios" literários todos os meses. Temos um país de universitários, mestres, doutorados e políticos para quem o livro se tornou um objecto simbólico de status quo, mas cujo nível de literacia não passa o grau zero da literatura que são José Rodrigues dos Santos, Helena Sacadura Cabral ou os bestsellers internacionais.
As editoras transformaram-se em empresas geridas para dar lucro financeiro e não cultural, e são geridas por pessoas que não fazem a menor ideia de quem foi Homero, Cervantes, Camões, Tolstoi ou Dostoiévski, e que não sabem, portanto, que a literatura não é aquilo que se imprime em papel, mas, sim, aquilo que resulta do esforço heroico do Homem para dar sentido ao caos — e que é nela, e através dela, que se ilumina o que fomos aprendendo sobre a natureza humana.

Não me entendam como alguém que torce o nariz para obras primorosas e que criam e recriam mais e mais leitores, como a série Harry Potter ou a Trilogia Jogos Vorazes, ou os livros de suspense e mistério de Dan Brown. Eu mesmo sou fã deles, mesmo assim não posse deixar de questionar o quanto o mercado literário global está cada vez mais manipulativo e tendencioso, à exemplo quase não se encontra mais espaço para poemas, prozas e regionalismo nas pratilheiras ou em sites.

Pense você um pouco, vai mesmo ler tudo que é jogado no mercado, sem jamais experimentar o que um simples José escreveu?


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