Casamento Celta

Dentre todas as formas de celebrar uma cerimônia de casamento, nenhuma tem ganhado mais atenção e espaço que a celebração de um Casamento Celta. Mas o que exatamente é e como funciona? Como são seus protocolos e etiquetas?


Com a resistência de algumas autoridades religiosas de se permitir a celebração matrimonial em locais e espaços fora dos templos e igrejas (grande parte disso por parte de igrejas cristãs), surgiu-se uma demanda por celebrações ecumênicas ou naturalistas, é o caso do Casamento Celta.

A cerimônia celta ou celebração dos enlaces (termo originário e mais tradicional) é uma celebração bastante singular e carregada de simbologia com muitos significados, o que confere a ela um ar tanto quanto místico, além de ser muito emocionante. No Brasil, a cerimônia foi elaborada por Beatriz Moura Leite que celebra esse tipo de cerimônia desde 1994, sendo até hoje uma das maiores referências. Ela se inspirou na cultura dos povos celtas da região da Irlanda, Escócia e Inglaterra.

Vale ressaltar que nenhum casamento celta é igual, devendo sempre serem feitas adequações relacionadas ao local, época do ano e principalmente, devem conseguir passar traços importantes da personalidade dos noivos. A cerimônia não tem relação com nenhuma religião em particular e antes do casamento a(o) Ritualista (como são chamados as(os) celebrantes) faz um estudo de cada casal e a preparação do texto da cerimônia que é 100% personalizado para cada casamento. Ao contrário dos casamentos tradicionais, na cerimônia celta os noivos ficam de frente para os convidados, não de costas. Outra grande diferença é que ela é divida em nove momentos, cada um com sua simbologia. São eles:

Agora vamos aos procedimentos




I - Introdução: Ritualista explica para os convidados o que representa cada elemento selecionado. Enfatizando que a cerimônia acolhe adeptos de todas as religiões. 

II - Ritos Iniciais: é o momento da entrada dos pais do casal e do noivo. O caminho feito até o altar simboliza as escolhas de vida que os noivos fizeram até hoje, há uma mandala no chão próximo ao altar (formato, quantidade e composição podem varias, mas comumente é feita com folhas e pétalas), chamada ponto de união, o que representa o ponto da vida em que os dois se encontraram e é onde o noivo deve aguardar.

III - Acolhida: é quando entram as crianças. (2) Meninas jogam pétalas no chão, simbolizando pureza e graça. Já os meninos, um atira sementes (Ritualista deve explicar para todos a escolha da semente), símbolos da prosperidade, e um outro toca sinos, que representam alegria. Logo em seguida é o momento da entrada da noiva que irá encontrar o noivo na mandala.



IV - Purificação: Ritualista lava as mãos do casal com água e sal (em locais próximo a praia, é adequado fazer uso da própria água da praia, se possível). A água simboliza a transparente conexão com o Universo e o sal serve como catalisador de energias negativas. Em seguida, os noivos ficam ao lado da(o) Ritualista, sempre de frente para os convidados.

V - Oferendas: o casal escolhe previamente um ou dois amigos para serem “dagdas” da amizade, representando amizade, bondade e sabedoria para falarem ou ler no altar para os noivos. Os padrinhos oferecem objetos especiais para os noivos, como um pote de semente para trazer prosperidade, uma mandala branca simbolizando paz ou velas representando sabedoria (lembrando que os objetos podem serem outros). Depois, acontece a “oferenda do amor”, em que a noiva lê uma breve mensagem que escreveu para o noivo, e vice-versa.

VI - Palavra: Ritualista fala da importância das alianças para o casal e convidados. A entrega normalmente é feita pelas crianças (pureza) da família ou pelos avós (sabedoria), as alianças são entregues aos pais dos noivos. Enquanto acontece a entrada das alianças pedisse que convidados façam preces e bons votos nesse momento.



VII - Alianças: enquanto os pais seguram as alianças, os noivos fazem uma leitura de agradecimento aos pais e, depois, a família da noiva entrega a aliança dela para o noivo, e vice-versa. O que significa o acolhimento de ambas as famílias.

VIII - Troca de Alianças: o casal é abençoado por 4 elementos que ficam dispostos no altar (previamente escolhidos e explicados), cada um com a sua simbologia: um prato de sal representa a terra, um cálice com um líquido representa a água, a fumaça de um incenso representa o ar e uma vela simboliza a chama do amor. E após as alianças serem lavadas com água consagrada (de preferência água doce, podem também serem banhadas em vinho branco) especialmente para o rito, os noivos trocam as alianças.

IX - Bênção Final: Ritualista declara que os noivos foram unidos pelo poder do amor e feito de livre escolha, e, então, o noivo pode beijar a noiva. Os noivos agora unidos, deixam o local debaixo de aplausos e música.

Observações Especiais

- Conhecendo todos os significados da cerimônia celta, deve-se começar a pensar na caracterização da festa, para que todos entrem no clima da escolha feita pelos noivos. Inclusive, é prudente haver a informação no convite que será uma cerimônia celta.

- A cerimônia de casamento celta só é realizada em lugares que tenham ligação direta com a Natureza! Não se deve realizar a cerimônia e salões e lugares fechados. Recomenda-se lugares próximos de lagos, rios ou praia; campos verdejantes, fazendas ou sítios.

- Sempre que possível, noivos, padrinhos e participantes da cerimônia devem usar roupas claras, tons brancos, verdes, azuis ou vermelhos para ocasiões diurnas, e tons mais escuro para celebrações noturnas.

- Todas as flores, se possível, devem ser naturais. Podendo serem escolhidas em comum acordo entre Ritualista e os noivos, buscando preferência as flores da estação, região ou de maior significado.

- Assim como em outras tradições, a Celta diz que o anel que irá selar o compromisso deve ser passado de mãe para filha. Era comum entre os homens que o pai desse ao filho um bracelete ou anelete de família. Essa observação deve ser vista como algo opcional aos noivos.

- Não é uma obrigação, mas a etiqueta pede que havendo música, se possível deve-se dar preferência a música céltica em concordância com a situação.



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Até a próxima!

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