Um misto cronológico atropelado, primeira temporada encerra de forma razoável, mas não correspondendo as expectativas de fãs.
Sempre que é anunciado uma adaptação literária para os cinemas os leitores na maioria se preparam para o pior, no caso de adaptação de jogos para as telonas a situação é ainda mais tensa, pois os roteiros e a trama nem sempre são fechado como nos livros. Se para o cinema já é ruim imagina uma série televisiva? Mesmo assim a Netflix cumpriu a promessa de lançar o grande sucesso da Konami: Castlevania.
Inspirado no game de 1990, Castlevania III: Dracula’s Curse, a história começa em 1467 onde uma estudiosa da medicina encontra o Conde Vlad Tepes (Drácula) e de sua aproximação desprovida de medo surge uma parceria afetuosa. Um bom começo que parece ter "pegado emprestado" a formula do filme Drácula: A História Nunca Contada (2014).
A animação acertou em cheio no tom sombrio e aventureiro da trama, bem como na clareza das animações, apresentando uma história que evolui, apesar de hora engasgada e hora cuspida demais. O desenrolar dos eventos parecem quebrados e atropelados sem permitir que os protagonistas se desenvolvam muito bem.
Isso comprometeu a profundidades dos personagens principais. Lisa poderia ter sido melhor explorada como pesquisadora científica e mostrar como ou por que do Castelo ser tão tecnológico ou industrial; Drácula frente a perda de sua amada apesar de furioso não esboça muita dor e sofrimento sendo rapidamente guiado por um ódio conformista e vingança desprovida de ira. Trevor provavelmente o segundo personagem mais aguardado da série parece mais frio e insensível que o próprio Drácula, lembrando vez ou outra que "não se importa" com o que está acontecendo; Sypha melhora o "jogo" mas é um personagem descativante, quase um fardo para a própria trama. Por fim, Alucard que é provavelmente o personagem mais aguardado aparece na prorrogação, apesar de ser sem dúvida a melhor cena até aqui, o personagem mais elegante e carismático da série aparece simplesmente como um elo para criar uma empreitada contra seu pai e servindo de gancho para a próxima temporada, mau deu pra sentir o gostinho do que poderia ser capaz de fazer.
O Castelo, apesar de rápidas passagem mostrando mais o lado de fora que o lado de dentro, foi o ponto que mais agradou os fãs. A estética do castelo está fidedigna com o que era esperado, já que muitos temiam que o castelo parecesse mais uma mansão medieval ou um simples castelinho de pedra na beira de um penhasco. Esse foi mais um acerto dos produtores, pois mataria a série se o local de maior parte das aventuras futuras não fosse bom o bastante para guardar surpresas.
Dessa forma a temporada começou, se atropelou e se encerrou. Deixando os milhares de fãs com a sensação de um beijo sem lábios de uma promessa empolgante com a adaptação de um dos maiores clássicos dos games, matando o espírito de uma das mais rendosas e lucrativas franquias. Fica quase sem sentido esperar para 2018 os próximos 8 episódios da trama.
Opinião Pessoal
Apesar de ser um grande fã da franquia e já ter jogado todas as versões do jogo saíram até 2013. Confesso estar desapontado, o cenário fez pouco para criar uma sensação de perigo, sendo inicialmente chamativo e depois apático. Apesar de Castlevania ser uma animação madura com potencial, também é sobrecarregada de clichês com humor um pouco irritante e que estaria melhor sem.
Arte do jogo original de 1990 |
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