10 Melhores livros eróticos

Depois da febre vampiresca há 4 anos atrás, o mercado literário brasileiro anda aquecido de três temas (que honestamente já começam a enjoar) muito populares e lucrativos; Fantasia, Distopia e Erotismo. E é nesse último tema que resolvi postar hoje. Tá legal que todo mundo já leu ou está lendo os livros da Sylvia Day ou da saga Crossfire, nada contra (até gosto que as mulheres fiquem mais curiosas e ousadas nas aventuras ^^) mas, pra quem acha eles demais não sabe o que é literatura erótica de verdade. Conheçam uma lista com 10 livros eróticos que fazem os 50 Tons de Cinza parecer a história de Joãozinho e Maria.

Vamos começar pelos clássicos.

#1. 120 Dias de Sodoma


Um dos livros que causam encanto e repulsa aos leitores desde o século XVIII. leia “120 Dias de Sodoma”. E foi do nome“Sade” que veio o conceito de sadismo, quem não leu os contos pervertidos do infame filósofo, escritor e poeta Marquês de Sade, não imagina como sua mente ainda está beeeeem inocente! Em poucas palavras o que você encontra em “120 Dias” é a história de 4 homens distintos que decidem viver orgias com mais de 20 mulheres durante 4 meses. A ideia é experimentar os mais diversos tipos de “vícios” sexuais. Se você vai amar ou odiar, só lendo para saber. Ainda estou me recuperando do final do livro.

#2. A História de O


Neste romance erótico, Anne Desclos usa o pseudônimo Pauline Réage. O livro foi publicado em 1954, na França e conta a história de uma mulher livre e independente que se torna escrava sexual de seu amante René e outros homens. Apesar da classificação de literatura erótica este romance vai muito alem dos chicotes e prazeres, de uma forma sensível se discorre sobre amores arrebatadores os quais tomam toda e qualquer razão para a mais sublime e doce entrega, a real entrega do ser para poder ser. Uma verdadeira obra prima de seu tempo por muitos é mau vista pelo teor sadomasoquista, mas ainda assim uma obra sensível, profunda e densa. Tendo a ótica de uma mulher, através da protagonista, se avalia o amor sem limites, o amor intenso e profundo, mais profundo que qualquer chicote pode chegar na carne. Leva, leva, leva. ^^

#3. A Casa dos Budas Ditosos


A obra foi um êxito editorial tanto no Brasil como em Portugal, é uma narrativa pouco comum, às vezes chocante, às vezes irônica e sempre provocadora, envolvendo um dos pecados capitais mais indomáveis. A Casa dos Budas Ditosos foi escrito sob encomenda para integrar uma série de livros sobre os pecados capitais. O tema de João Ubaldo foi “luxúria” (e ele caprichou no texto). Em apenas 164 páginas conhecemos as histórias contadas por uma senhora de 68 anos.Suas memórias de vida, em especial, sexual e de como ela tentou experimentar tudo o que o sexo poderia proporcionar. A leitura não é apenas erótica, mas também divertida. Altamente recomendado.

#4. Cem Escovadas Antes de Ir Para Cama


Este livro conta as experiências vividas pela autora durante a adolescência. As histórias começam com a perda da virgindade de Melissa aos 15 anos e se desenrola por dois anos, durante os quais Melissa participou de orgias, sexo homossexual, sadomasoquismo, drogas e muito mais. O livro é uma combinação de erotismo com as emoções vividas por Melissa, especialmente seus medos e inseguranças e como a movimentada vida sexual era apenas um reflexo do turbilhão de emoções pelo qual os adolescentes passam. O livro fez tanto sucesso que virou filme em 2006, e você achando que é só os 50 Tons que manja dos paranauês. '¬¬

#5. Elogio da Madrasta


Um incrível romance peruano, cria um contraponto perfeito entre o amor e a inocência, inspirado, segundo alguns acreditam, na sua própria vida. Ele revela a sensualidade de dona Lucrécia, casada com dom Rigoberto e madrasta de Fonchito, com quem acaba se envolvendo. Com Nietzsche certa vez disse: Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.

#6. Mulheres 


Não poderia faltar nesta lista uma obra desta figura, ao meu ver um dos realmente bons no gênero e que nos últimos dois anos tem voltado aos círculos de conversa, sobretudo nos círculos femininos. O terceiro romance de Bukovski narra as aventuras sexuais do alter ego do autor, Henry Chinaski. Aos 55, o protagonista está de volta às pistas com os tipos mais loucos de mulheres depois de quatro anos longe do sexo. O alvo de sua literatura ácida, sintética e sagaz é sexo oposto. As histórias de amor de Bukowski em nada parecem com os contos romantesco do cinema americanos. Ele escreve sobre marginais, prostitutas, levianos, pessoas ricas, carentes, loucas ou vazias. Enfim, pessoas consumidas por aquela solidão inerente ao ser humano, que acabam desesperadamente agarrando-se às cegas em algo ou alguém: E é aí que, como é de costume, começam os problemas. Recomendo pra qualquer um ou uma que tenha saído de um relacionamento "perfeito", esteja aos cacos e choramingando no facebook.

#7. O Sofá


É um dos mais interessantes e até desejosamente cômico da lista (espero que não tenha percebido rsrs). Condenado por decreto divino a reencarnar sucessivas vezes como um sofá, o narrador deste livro tem de sustentar e dar apoio, literalmente, a diversos tipos de aventuras amorosas e sexuais, presenciando cenas que vão do alegre ao trágico. De quebra, compartilha com os leitores as mais variadas histórias de sacanagem, além de desmascarar a falsa virtude, a hipocrisia, o instinto, a vaidade, a fantasia e outros tantos vícios humanos. Ele só vai encontrar a libertação quando acomodar o casal perfeito, isto é, duas pessoas verdadeiramente apaixonadas. Com este ponto de partida e uma ambientação digna de As mil e uma noites, Crébillon Fils dá estocadas de aparente imoralismo e impertinência, conduzindo a trama a um desfecho surpreendente. Mas antes de chegar até ele, o leitor vai entender uma das mais famosas máximas do autor - a de que o libertino é, antes de tudo, um impotente - e será levado a uma nova ideia de libertinagem.

#8. Teresa Filósofa




"Teresa Filósofa" (um dos maiores best-sellers da Europa do séc. XVIII) é o romance de formação de uma jovem tão inocente quanto disposta a fazer render todas as lições de luxúria de seus preceptores. A autoria do livro, secreta, hoje é atribuída ao senhor Jean Baptiste de Boyer, o marquês d'Argens, nascido em 1704 e morto em 1771, um pouco antes da Revolução Francesa. Na obra, a libertinagem, da boa, vem sempre acompanhada de uma estocada mental suave e precisa. E divertidíssima: como um Decamerão mais cínico, este livro, é uma legítima "joia indiscreta", é sem dúvida um dos melhores e mais famosos clássicos eróticos. A trama é muito pertinente para quem ainda tenta resolver a equação de ser cristão e gostar da vida sexual. Teresa tem essa mesma dúvida (pois é, há séculos atrás e ainda a mesma questão) e põe a mão na massa para achar uma resposta. De sexo em sexo, de parceiro em parceiro, a obra tenta unir consciência e desejo. Aos não-cristãos, Teresa Filósofa vai agradar do mesmo modo pela crítica ao falso moralismo e às loucuras religiosas em nome de uma castidade que divindade alguma exigiu. Aos que procuram sexo, é diversão garantida. Um tipo de narrativa de sexo que se preocupa tanto em dar tesão quanto em mudar o estado de pensamento.

#9. Trópico de Câncer



O livro publicado no ano de 1934, em Paris, foi imediatamente proibido em todos os países de língua inglesa. Tachado como pornográfico, o livro, assim como seu sucessor Trópico de Capricórnio, só foi liberado nos Estados Unidos e na Inglaterra nos anos 60, aclamado como parte da revolução sexual. Polêmicas à parte, Trópico de Câncer foi celebrado pelos maiores intelectuais da época e se tornou um dos grandes clássicos da literatura erótica do século XX. Descrito com eufemismo em sua época, como “notório por sua sexualidade explícita”. O livro é uma mistura de ficção e realidade na literatura erótica, já que muita coisa (incluindo personagens) foi retirada da vida do autor durante sua estadia em Paris, quando ainda não tinha fama. “Trópico de Câncer” é uma ótima pedida para quem já leu as modinhas sexuais do momento e não encontra mais nada quente pra ler (ou seja lá o que for).

#10. Anti-Justine


Em 1787, o Marquês de Sade escreveu Justine ou Os infortúnios da virtude, sobre as desventuras sexuais sofridas por uma menina pobre. Algum tem depois Restif de la Bretonne escrveu Anti-Justine ou As delícias do amor, que contrapõe-se às sádicas idéias do marquês. Na obra são narradas as primeiras sensações sexuais, a perda da virgindade, momentos íntimos no banho. Ao contrário dos personagens de Sade, que sempre precisam de um bálsamo milagroso para curar as mutilações infligidas pelos algozes na noite anterior, os de Anti-Justine só estão em busca do bem-estar e satisfação. Seus corpos não estão a serviço de obsessões brutais ou de gostos violentos, mas, inocentemente, livres de regras morais, buscam o prazer, sobretudo o prazer feminino. Restif banha seus personagens nas águas cálidas da afeição, do carinho, do reconhecimento mútuo, e todos os personagens só pensam apenas no prazer e bem-estar que podem proporcionar uns aos outros. Isso tudo faz de Anti-Justine um caso raro na literatura libertina do século XVIII. Uma das poucas ocasiões em que o verdadeiro tema não é a morte ou a destruição, mas a relação sexual, pura e simplesmente. Escrito em 1798, Anti-Justine foi publicado pela primeira vez, clandestinamente, em 1863 e, em tempos de banalização do sexo e do corpo, mesmo depois de tantos anos é nada mais que atual.

Opinião Pessoal


Ao contrário do que as pessoas pensam sobre os filósofos, estes são verdadeiros gênios ou monstros da sacanagem (quando motivados). Filósofos da antiguidade como Epicuro e Sêneca já dedicavam seus pensamentos na busca pelo prazer e até o grande Aristóteles chegou a escrever um manual de sexo filosófico (que foi a leilão pela bagatela das 50.000 libras). Basta também ver toda literatura erótica dos séculos XVI ao XVIII eram escritos de filósofos sobe pseudônimos. Don Juan o grande conquistados e esteriótipo do gênero até hoje, nada mais era do que as aventuras de Sorin Kierkegaard. Michael Foucault escreveu A História do Sexo, um livro primoroso para qualquer leitor ou leitora, gostando/sabendo de filosofia ou não. Felipe Pondé recentemente publicou A Filosofia da Adúltera, livro que também recomendo para qualquer fanática de Sylvia Day. Peça para um filósofo um conto erótico, dê tempo e inspiração pra ele e você receberá um conto capaz de fazer estes livros da moda parecerem contos infantis.


Tem algum livro deste que você já leu ou algum que você acha que deveria estar nesta lista? Deixe de comentário. Obrigado e boa leitura (entre outras coisas rsrsrs)

3 comentários:

  1. Adorei suas dicas de leitura. Já li Tereza Filósofa, já assisti 'Os contos proibidos do Marquês de Sade, 100 escovadas antes de dormir e sem dúvida o gênero erótico é muito interessante. Como mulher prefiro o erótico ao pornográfico. Um livro q eu acho q vc deveria ler, já q seu gosto é bastante refinado no que diz respeito aos escritores, é A trilogia suja de Havana do Pedro Juan Gutierrez. Segundo ele, “Sexo não é para gente escrupulosa. Sexo é um intercâmbio de líquidos, de fluidos, de saliva, hálito e cheiros fortes, urina, sêmen, merda, suor, micróbios, bactérias. Ou não é?”. Achei sua lista perfeita. Adoraria ler todos. Abç.

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    1. Muito obrigado querida, adoro nosso papos. Pode ter certeza que ler-irei sua sugestão. Bjos e abçs

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  2. Confesso ter ficado bastante surpresa com os livros, gostei do livro "Teresa Filósofa" espero um dia poder ler, sua lista ta incrível porem ainda não troco a trilogia da Sylvia Day. *--*

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